sexta-feira, 13 de abril de 2012

O homem

Limitado de fato, deseja o infinito
O homem − deus caído, que os céus lembra aflito!
Se é que foi deserdado de uma antiga glória
De um destino perdido ele guarda a memória!
Se é que a profundidade desses seus desejos
De grandezas futuras já são os lampejos,
Imperfeito ou caído, que mistério é o homem!
Na prisão dos sentidos carnais que o consomem,
Escravo, sente em si, o dom da liberdade,
Infeliz, quer, porém, total felicidade!
Busca sondar o mundo e não tem olho hábil!
Ele quer amar sempre e o que ama é tão frágil!

Alphonse de Lamartine. Méditations. Paris: Lattès, 1987. p. 17.


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