terça-feira, 28 de novembro de 2017

EEEP Juarez Távora realiza o último Dia Laranja do ano

Na semana em que foi divulgado o terceiro relatório da Pesquisa de Condições Socioeconômicas e Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (PCSVDF), a EEEP Juarez Távora conclui, para o ano de 2017, as ações do “Dia Laranja” na escola.
O Dia Laranja pela Eliminação da Violência contra as Mulheres é uma iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU) de alerta sobre a prevenção e eliminação da violência contra mulheres que acontece no dia 25 de cada mês. Na escola, o projeto é coordenado por uma comissão de alunos e orientado pela professora de Língua Portuguesa, Isabel Muniz e pela coordenadora pedagógica, Fernanda Ramalho. Durante a ação, toda a comunidade escolar – alunos, professores funcionários e gestores, são convidados a vestir ou usar algum acessório na cor laranja.
Para além desse destaque, há diversas ações voltadas para a temática. Nesse o ano letivo, a escola recebeu palestrantes, realizou fóruns de debate, ofereceu oficinas de defesa pessoal, produziu cartazes e dois vídeos documentários com os estudantes, discutindo reflexões e ações sobre a misoginia e o enfrentamento da violência.
A pesquisa citada foi realizada pela Universidade Federal do Ceará, em parceria com o Instituto Maria da Penha e o Institute for Advanced Study in Toulouse, com apoio da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres, do Governo Federal, e apoio do Banco Mundial e do Instituto Avon. Uma de suas constatações mais chocantes é sobre a transmissão da violência entre gerações.
Segundo a Coordenadoria de Comunicação Social da Universidade Federal do Ceará, em matéria publicada no site da instituição, “quatro em cada 10 mulheres que cresceram em um lar violento disseram sofrer o mesmo tipo de violência na vida adulta, ou seja, há uma repetição de padrão em seu próprio lar. A chamada transmissão intergeracional de violência doméstica (TIVD) é definida como um mecanismo de perpetuação do problema, que, segundo os estudos, sugere maior incidência em lares onde a mulher, seu parceiro ou ambos estiveram expostos à agressão na infância.”
Diante de tal evidência a escola é um lugar privilegiado para fomentar a discussão e formar seu público, composto predominantemente de crianças e adolescentes, para não perpetuarem tamanha chaga social e virem a se tornar agentes efetivos no combate à violência doméstica, contra a mulher.
Em tempo 01:
Links para os documentários produzidos pelos estudantes:
Misoginia – Corredores da Escola: https://www.youtube.com/watch?v=Sm_SvyXE-xI
Misoginia: para além dos corredores da escola: https://www.youtube.com/watch?v=MwXzVi8Gp30
Em tempo 02:
Sobre o dia 25 - Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher
Aprovada em 17/12/1999 pela Assembleia Geral das Nações Unidas, a data foi proposta pelo movimento latino-americano de mulheres. Trata-se de uma homenagem às irmãs Mirabal – Patria, Minerva e María – assassinadas pela ditadura de Rafael Trujillo, na República Dominicana, no dia 25 de novembro de 1960. O assassinato das irmãs Mirabal, conhecidas como Las Mariposas em suas atividades políticas, causou grande revolta entre a população dominicana, que culminou com o assassinato de Trujillo em maio de 1961.
No 1º Encontro Feminista Latino-Americano e do Caribe, realizado em 1981, na cidade de Bogotá, Colômbia, a data do assassinato das irmãs Mirabal foi proposta pelas participantes como Dia Latino-Americano e Caribenho de Luta contra a Violência à Mulher.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Carnaval de Jaguaruana - um pouco de história I



O carnaval é uma celebração cultural por excelência.
É também, para Roberto da Matta, um tempo de inversão.

É por fim, uma festa para todos.

Quando Manezinho Barbosa decidiu realizar o primeiro carnaval de rua da cidade de Jaguaruana em 1986, foi duramente criticado e questionado, a partir de razões que, já naquela época, preocupava-se com a segurança e com a qualidade da festa (temas mais que atuais quando grande população de uma cidade se mobiliza para saber quais são as bandas que tocarão na festa e como será a estrutura oferecida aos moradores e visitantes da cidade durante esse período).

O fato é que a partir desse ano, em Jaguaruana, o carnaval tornou-se uma festa para o povo, de fato.

Ao que me consta, os clubes da cidade (Clube do Povo, JATEC – Jaguaruana Tênis Clube e 26 de Julho) ainda fizeram seus carnavais pelo menos até os fins dos anos 1980, mas logo a folia rendeu-se à majestade das ruas e a pequenina Jaguaruana, foi aos poucos tornando-se referência para nossos vizinhos de Russas e Palhano, além é claro dos amigos e parentes de Fortaleza, que até 2002 não tinha carnaval de rua.

Jaguaruana, sempre à sombra de Aracati, que durante anos foi o maior carnaval do interior do Estado, nunca fez feio. Enquanto muita gente se planejava durante meses para alugar uma casa na cidade vizinha e ver, por lá as atrações nacionais que se apresentavam naquela cidade, nossos visitantes, eu mesmo, muitos amigos e conhecidos aproveitávamos as marchinhas e frevos executados pela banda do Paulo do Azul – o famoso Espaço Livre e pela super Banda Meteoro, com o vocal inconfundível do Erialdo.

Só durante os anos 2000 foi que começaram aparecer algumas bandas de maior repercussão, principalmente artistas conhecidos no meio forrezeiro e sertanejo que durante o reinado de Momo fazem uma versão elétrica de seus repertórios, adequando-se ao ritmo carnavalesco. Antes disso, eram os músicos de Jaguaruana, reunidos em uma ou no máximo duas bandas que faziam a festa inteira (circuito completo: rio, mela-mela e noite).

E sabe quem ajudava no processo de organização e crescimento da festa? Os blocos carnavalescos da cidade. Cada bloco da cidade tinha sua história, trajeto a ser feito, animação própria e fazia toda a diferença na folia da cidade.

Mas isso eu conto em outro texto!

Bom carnaval.