terça-feira, 14 de setembro de 2010

De uma noite insone, depois de avaliar o mundo insano

Se reclamas do modo que a vida de ti exige esforço, medita um pouco antes de se negar ao atendimento das tarefas.

A mosca que chafurda na sujeira, exige de nós esforço de limpeza.

A criança que se detém à beira do abismo, força-nos a correr em imediato socorro.

O paciente atormentado pela miséria da dor, obriga-nos a estabelecer auxílio.

O indivíduo que perde o seu rumo, cobra-nos a eficácia do aviso.

O atormentado que se exaure em indesejáveis recriminações à Vida, requer nossa palavra de estima.

O desesperado que se afoga sem saber nadar, apressa em nós ajuda.

O aluno que se esbarra em dúvida, apraz a resposta de quem já sabe.

Em tudo e por tudo há sabedoria. Não recrmines da medida de teu esforço. Ajuda.

Não silencies na dúvida diante do que é possível fazer. Socorre. E ajuda. Sempre.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Para os alunos da turma de História UVA/São Vicente

Hoje, celebrando este momento tão especial, passou pela minha memória a lembrança de alguns momentos que vivi com esta turma que iniciou sua caminhada há três anos e meio.


Este jovens, sedentos por um futuro melhor e promissor, acreditaram e conseguiram a sonhada aprovação para o curso superior de História, da UVA.


Lembro, ainda, de quão feliz fiquei, quando percorri os corredores do histórico Colégio São Vicente pela primeira vez. Acredito que aconteceu com cada um de vocês, e que estes foram momentos que ficarão guardados para sempre em vossas memórias. Foram momentos de parcial realização.
Inevitavelmente, o destino ou simplesmente o acaso, juntou em uma única sala, pessoas com personalidades diferentes, porém com objetivos semelhantes. Pelo caminho ficaram muitos colegas. Problemas e dificuldades podem aparecer na vida de cada um, principalmente, para aqueles que perseguem seus objetivos. Teve gente que foi e não voltou; teve gente que foi e voltou; tem gente que apareceu pelo caminho e se juntou à turma como se dela fizesse parte desde o início.


Quanto aos que estão aqui, agora: Será que vocês pensaram alguma vez como chegaram até aqui? Será que não passaram por dificuldades?


Com certeza, passaram sim...

Isto é algo bem claro para cada um de vocês. Alguns passaram por problemas familiares, outros de ordem financeira, outros tiveram conflitos com professores, ou com amigos; com a universidade... Mas nada disso os deixou abater. Todos conseguiram, enfim ultrapassar os problemas e fazer deles pedras que incrustam o caminho que eles hoje com orgulho percorrem.


Fizeram tudo isso, em nome de um sonho, de um desejo, de uma aspiração: SER HISTORIADOR(A), que pode significar para alguns perscrutar os caminhos da História, enquanto disciplina, ou para outros, ser um grande contador de histórias.

Hoje para cada um de vocês existe uma outra realidade.


Grandes mudanças aconteceram em vossas vidas, graças ao curso de história. E das muitas coisas que vos foram ditas durante o curso, reitero uma de Marc Bloch que certa vez afirmou: “O ser humano está sempre tentando buscar no passado referências para o próprio presente, em busca da auto-realização, que é o topo na escala das necessidades”.


Ora, nada a partir de agora será igual, pois vocês começaram uma nova etapa de vossas vidas. Etapa esta que todos estão mais preparados, mais fortes e prontos para enfrentar as batalhas que virão pela frente. O curso de história vos deixou mais amadurecidos, mais capacitados e mais preparados para lidar com as dificuldades.


Na história aprendemos que a vida é cheia de incertezas, de mudanças contínuas, e que tudo é fruto de um processo. Foi para entender isto que vocês foram preparados e foi para lidar com esta realidade que caminharam muito para chegarem até aqui.


Tenho, então, a plena certeza de que cada um de vocês é forte o suficiente para vencer todas as adversidades, e quando fraquejarem, reajam com firmeza e não desanimem jamais.

Hoje, cada um de vocês deve virar uma página do livro de vossas vidas. Contudo, todos devem fazer isso, na certeza que este livro não acabou, mas que diante de vocês existe uma bela folha em branco que anseia ser escrita.

domingo, 5 de setembro de 2010

Em Jaguaruana, aos 120 anos...




A cidade fica mais admirável. Esta é a forma singela de dizer aos amigos e leitores deste blog que a terra da rede, antiga União, já passou de Caatinga do Góis há muito.



Ainda é fascinante passear pelas ruas desta cidade... As vielas antigas podem gozar da característica de serem as mais bem traçadas de todo o Vale. O desenho de ruas e avenidas é quase cartesiano; permite a todos vislumbrar começo e fim, entrada e saída, em suma, o horizonte, que, muitas vezes distante, teima crepitar por entre abelhas imaginárias, que materializam-se por causa do calor do sol, disperso por entre as casas.


Mas, depois de muito, por entre estes mesmos becos, afirmar o contrário, o melhor desta cidade é seu povo. A gente que mora em Jaguaruana, que a admira, que a viajou, que já a visitou, que dela ouviu falar, que nela escolheu morar, que lá nasceu, que lá morreu...


Em 120 de emancipação política - é preciso esclarecer melhor esta questão, pois eu defendo 145 anos! - muitos foram os jaguaruanenses que souberam declinar a pena sobre as páginas da história e ajudaram a escrever as dignas linhas que contam as várias peripércias deste município.


Da Vila de União, com os ilustres Padre Rocha e o comerciante Antônio José de Freitas, aos passos que levaram seus moradores a chamar o torrão natal de Jaguaruana, nos idos de 1943 do ainda jovem Pe. Marcondes Cavalcante, até os tempos atuais de Mons. Ducéu, Ivonete Maia, Moacir Ribeiro, muito mudou. E para melhor, diga-se de passagem.


Para esta cidade, tão diversa, tão plural, tão reticente, tão bela, ao passo desmedido da resistência a tanto desprezo, desejo felicidades.