sábado, 31 de dezembro de 2011

Ensinamentos para 2012


"Uns queriam um emprego melhor; outros, um emprego...
Uns queriam uma refeição mais farta; outros, apenas uma refeição...
Uns queriam uma vida mais amena; outros, apenas viver...
Uns queriam ter pais mais esclarecidos; outros, apenas ter pais...
Uns queriam ter olhos claros; outros, apenas enxergar...
Uns queriam ter voz bonita; outros apenas falar...
Uns queriam o silêncio; outros, ouvir...
Uns queriam um sapato novo; outros, ter pés...
Uns queriam um carro; outros, andar...
Uns queriam o supérfluo...
Outros, apenas o necessário..."

Francisco de Paula Cândido Xavier
Nascido em Pedro Leopoldo, no dia 2 de abril de 1910 e - para os que creem na morte -, em Uberaba, no dia 30 de junho de 2002 fez sua passagem.

Feliz 2012 para todos os meus amigos e amigas!

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Ano Novo...A partir de hoje!



Dentro de alguns dias, um Ano Novo vai chegar a esta estação. Se não puder ser o maquinista, seja o seu mais divertido passageiro. Procure um lugar próximo à janela desfrute cada uma das paisagens que o tempo lhe oferecer, com o prazer de quem realiza a primeira viagem. Não se assuste com os abismos, nem com as curvas que não lhe deixam ver os caminhos que estão por vir. Procure curtir a viagem da vida, observando cada arbusto, cada riacho, beirais de estrada e tons mutantes de paisagem. Desdobre o mapa e planeje roteiros. Preste atenção em cada ponto de parada, e fique atento ao apito da partida. E quando decidir descer na estação onde a esperança lhe acenou não hesite.

Desembarque nela os seus sonhos. Desejo que a sua viagem pelos dias desse novo ano seja de PRIMEIRA CLASSE.

Todos os anos são iguais. Milhares de pessoas se unem em uma corrente imaginária, onde os desejos de feliz ano-novo, paz, felicidade e amor são unânimes. Quero aqui fazer a mesma coisa, desejo, mas desejo agora, não para o próximo dia, tampouco para o próximo ano. Quero agora!!!

Se a gente se agarra somente ao passado e busca um futuro perfeito é muito mais exigido no presente. Viva o seu momento, aproveite a vida. Não espere o próximo ano, nem o próximo dia. Faça agora.

Eu quero paz, saúde e harmonia para a minha vida e para todos que me cercam..mas, QUERO HOJE!!

sábado, 24 de dezembro de 2011

O Natal de antigamente: velho e sempre novo

Venho de lá de trás, dos anos 40 do século passado, num tempo em que Papai Noel ainda não havia chegado de trenó. Nas nossas colônias italianas, alemães e polonesas, desbravadoras da região de Concórdia-SC, conhecida por ser a sede da Sadia e da Seara com seus excelentes produtos de carne, só se conhecia o Menino Jesus. Eram tempos de fé ingênua e profunda que informava todos os detalhes da vida. Para nós crianças, o Natal era culminância do ano, preparado e ansiado. Finalmente vinha o Menino Jesus com sua mulinha (musseta em italino) para nos trazer presentes.

A região era de pinheirais a perder de vista e era fácil encontrar um belo pinheirinho. Este era enfeitado com os materiais rudimentares daquela região ainda em construção. Utilizavam-se papel colorido, celofã e pinturas que nós mesmos fazíamos na escola. A mãe fazia pão de mel com distintas figuras, humanas e de bichinhos, que eram dependuradas nos galhos do pinheirinho. No topo havia sempre uma estrela grande revestida de papéis vermelhos.
Em baixo, ao redor do pinheirinho, montávamos o presépio, feito de recortes de papel que vinham numa revista que meu pai, mestre-escola, assinava. Ai estava o Bom José, Maria, toda devota, os reis magos, os pastores, as ovelhinhas, o boi e o asno, alguns cachorros, os Anjos cantores que dependurávamos nos galhos de baixo. E naturalmente, no centro, o Menino Jesus, que, vendo-o quase nu, imaginávamos, tiritando de frio, e nos enchíamos de compaixão.

Vivíamos o tempo glorioso do mito. O mito traduz melhor a verdade que a pura e simples descrição histórica. Como falar de um Deus que se fez criança, do mistério do ser humano, de sua salvação, do bem e do mal senão contando histórias, projetando mitos que nos revelam o sentido profundo do eventos? Os relatos do nascimento de Jesus contidos nos evangelhos, contem elementos históricos, mas para enfatizar seu significado religioso, vem revestidos de linguagem mitológica e simbólica. Para nós crianças tudo isso eram verdades que assumíamos com entusiasmo.

Mesmo antes de se introduzir o décimo terceiro salário, os professores ganhavam um provento extra de Natal. Meu pai gastava todo este dinheiro para comprar presentes aos 11 filhos. E eram presentes que vinham de longe e todos instrutivos: baralho com os nomes dos principais músicos, dos pintores célebres cujos nomes custávamos de pronunciar e riamos de suas barbas ou de seu nariz ou de qualquer outra singularidade. Um presente fez fortuna: uma caixa com materiais para construir uma casa ou um castelo. Nós, os mais velhos, começamos a participar da modernidade: ganhávamos um gipe ou um carrinho que se moviam dando corda, ou um roda que girando lançava faíscas e outros semelhantes.

Para não haver brigas de baixo de cada presente vinha o nome do filho e da filha. E depois, começavam as negociações e as trocas. A prova infalível de que o Menino Jesus de fato passou lá em casa era o desaparecimento dos feiches de grama fresca. Corríamos para verificá-lo. E de fato, a musetta havia comido tudo.

Hoje vivemos os tempos da razão e da desmitologização. Mas isso vale somente para nós adultos. As crianças, mesmo com o Papa Noel e não mais com o Menino Jesus, vivem o mundo encantando do sonho. O bom velhinho traz presentes e dá bons conselhos. Como tenho barba branca, não há criança que passe por mim que não me chame de Papai Noel. Explico-lhes que sou apenas o irmão do Papai Noel que vem para observar se as crianças fazem tudo direitinho. Depois conto tudo ao Papai Noel para ganharem um bom presente. Mesmo assim muitos duvidam. Se aproximam, apalpam minha barba e dizem: de fato o Sr. é o Papa Noel mesmo. Sou uma pessoa como qualquer outra, mas o mito me faz ser Papai Noel de verdade.

Se nós adultos, filhos da crítica e desmitologização, não conseguimos mais nos encantar, permitamos que nossos filhos e filhas se encantem e gozem o reino mágico da fantasia. Sua existência será repleta se sentido e de alegria. O que queremos mais para o Natal senão esses dons preciosos que Jesus quis também trazer a este mundo?

Texto de Leonardo Boff.
Leonardo Boff é autor de O Sol da Esperança: Natal, histórias, poesias e símbolos, Editora Mar de Ideias, Rio de Janeiro 2007.

Do site Plurale http://t.co/BwgllCFB

Receita de Ano Novo - Carlos Drummond de Andrade


Para você ganhar um belíssimo ano novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?passa telegramas?).

Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Carlos Drummond de Andrade

Fonte: Blog do Prof. Evaldo e Amigos - "Receita de Ano Novo" por Carlos Drummond de Andrade

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

12 Motivos para casar com um Historiador


O artigo foi copiado do blog http://miocitos.wordpress.com, cuja autora é Mariana Milhossi (@miossi). Ela é historiadora e provavelmente, casada com um!

Vamos ao texto!

1. Nunca vai faltar assunto.

Historiador sempre tem uma história pra contar, é legal quando você tem um “figura” do seu lado que tem a cabeça ampla pra as mais diferentes conversas, assuntos, papos, e uma opinião formada mesmo daquilo, ele nunca terá problemas em ser “social” mesmo que seja tímido, tem papo pra tudo.

O único problema é quando o historiador contrariar sua família toda naquele almoço de domingo dizendo que tudo que todo mundo disse tá absolutamente errado e estragar o almoço err…

2. Ele dificilmente irá julgar sua família, amigos, etc…

Estudamos todo tipo de civilizações e forma de viver dos seres humanos, então é mais fácil a gente se surpreender com eventos naturais óbvios do que com os “complexos” seres humanos, pra estudar todo tipo de forma de vida de um ser humano é necessário tentar compreender aquele estilo de vida.

Também jamais irá julgar você pela aparência, ainda mais se ele for fã da teoria da sociedade da imagem.

Então, por consequência quebramos preconceitos, se você namora um historiador fica tranquilo quanto a aquele primo anti-cristo, aquele amigo esquisito, normalmente nunca será julgado, agora quanto a parte de tirar sarro, er não garanto.

3. Todo tipo de regra imposta o historiador normalmente não dá a mínima.

Então se sua preocupação era quanto a onde vai ser o casamento, se você foi “crismada” ou não, que seja, pro historiador é o de menos, ele se importa com tudo menos com os esteriótipos, isso se ele não tiver uma alergia a catolicismo, então naturalmente o importante é que a união dê certo, então ele fará de tudo para que a união mesmo dê certo e dificilmente irá se importar com o preconceito do povo.

4. Se você acredita em outras vidas, o historiador já está pagando sua dívida.

Porque provavelmente ele é professor, então todos os atos ruins da vida passada provavelmente ele já está resgatando como uma boa pessoa.

5. Você será trocado, mas fique tranquilo.

Será no máximo por um livro do Karl Marx ou do Max Weber.

6. No natal, aniversário, dia dos namorados, etc, você não terá problemas em presenteá-lo.

Você sabe que se você der aquele livro que ele tava querendo DAQUELE AUTOR que ele adora provavelmente ele vai ter orgasmos múltiplos de felicidade.

Ou então dê uma estatuazinha do deus Osíris, ou de Afrodite, qualquer coisa relacionada a mitologia que vai ter um ar de “uma pessoa que ama história mora por aqui” também é legal.

7. Ele tem pose de nerd mas isso não quer dizer que seja um.

E principalmente não quer dizer que ele seja certinho, quanto mais se estuda a humanidade menos afim de ser correto nos padrões da sociedade você fica, ele pode ser um capeta, mas tem aquela cara de pessoa certinha e esforçada, o que te poupa explicações, e ele sabe muito bem o que é ridículo pra sociedade e vai te poupar de certas vergonhas alheias.

8. Até os programas de índio vão ser interessantes pra ele.

Nada mais legal do que sentir na pele o que é ser uma sociedade livre do estado, sem regras, sem leis, sem naaada.

10. Não sabe em quem votar na eleição, pede um palpite pra ele!

Só não espere que ele vá sugerir que você vote em partido de direita, aliás se você votar em partido de direita será um motivo pra união ser questionada.

11. Ele pode parecer revoltado, anarquista, socialista, mas no fundo ele só quer o bem de todos.

Então você jamais estará do lado de uma pessoa individualista, pois como estudante de humanas ele sempre pensará no todo e não somente nele mesmo.

12. Quanto mais você estuda, mais medo de falar bobagem você tem.

Então pode contar com ele na hora de jogar na roda aquele assunto difícil, aquela lavação de roupa suja, normalmente ele vai ser bem cauteloso com as palavras, a não ser que você tenha testado demais o santo dele, ai eu já não garanto afinal, fazer história não é como fazer letras não é minha gente?

domingo, 4 de dezembro de 2011

A fotografia de Dilma diante dos militares.


Juan Arias, jornalista reconhecido internacionalmente, publica neste domingo, em seu blog 'Vientos de Brasil', uma foto em que a agora presidente Dilma Roussef aparece sentada diante de um tribunal militar durante a ditadura. A fotografia aparecerá em breve, pela primeira vez, em sua biografia.

Diz Arias: "A guerrilheira, jovem filha de um comunista búlgaro e uma professora brasileira pertencente a classe média, havia estudado numa das faculdades religiosas mais prestigiadas no país, quebrou as amarras, renunciou a sua juventude e pegou em armas em defesa de seus ideais revolucionários.


Na foto, jovem, bonita, Dilma aparece firme, abertamente, com um halo de coragem, quase arrogante, com uma cara de grande personalidade, um certo ar de todesafío.


Na mesma cena, os militares a interrogam depois de terem-na torturado durante 22 dias, em vão, para extrair os nomes de seus companheiros. Em seu rosto não mostra um gesto não só físico, mas psicológico de alguém que acaba de ser submetido a tortura cruel e degradante.


Em contraste, os militares a interrogar, a partir da altura do seu poder, como uma águia voando sobre a presa indefesa fisicamente, mas psicologicamente armado, aparecem com as mãos cobrindo o rosto. Por quê? Com medo de serem reconhecidos pela guerrilheira pequena, mas feroz? Ou talvez seus olhos não podiam dar uma aparência limpa que a quase colegial olha para eles de cara aberta, como a dizer: "Eu não me dobro".



Não se curvou . Hoje, ela comanda o Exército de três armas que a celebrou com uma uma decoração militar . Nesse caso, o rosto de Dilma como uma adulta e como presidente, lembra o rosto jovem da guerrilheira forte, ao tempo em que tinha 22 anos, de forma desinteressada para o prêmio como era então o interrogatório.


Postada originalmente do Blog Gente de Mídia do Jornalista Nonato Albuquerque