terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Para Ivonete Maia, letras de saudade

Admirava Ivonete Maia antes mesmo de conhecê-la. Semelhante a ela, passei minha infância em Jaguaruana e sempre ouvia falar de uma emblemática senhora que tinha sido a primeira mulher presidente de um sindicato de jornalistas na história do Brasil. Tive a oportunidade de
crescer e de me encontrar com a profa. Ivonete, à porta de sua antiga... casa, nas dependências do seu minúsculo escritório, onde a máquina de escrever ficava em evidência no meio de inúmeros recortes e livros.
A admiração se intensificou quando, nos primeiros anos do Séc. XXI, Ivonete retornou ao seu torrão natal para fazer a coisa mais antiga de que se tem notícias em tempos de terceiro milênio: amar quem mais nos amou. Juntou-se às suas irmãs e irmãos para cuidar de sua mãe
mais de perto. E foi assim até o fim, em 2008, quando, a cada encontro com Ivonete e a cada conversa, notava que as lágrimas só não eram maiores que a sensação do dever cumprido.
Ivonete continuou na simplicidade - recebendo os amigos, cozinhando aos domingos, costurando sua vida entre o sítio na Volta e a casa na "rua".
Concluiu o trabalho de coordenação da reforma da igreja matriz de senhora Santana, de Jaguaruana e retornou à Fortaleza para ACI e para a recém-criada Ouvidoria da UFC. Disputou duas eleições municipais concorrendo a uma vaga na Câmara Municipal. Na primeira vez ela ficou na suplência. Não teve a oportunidade de assumir. Ouso dizer que não quiseram que ela assumisse; na segunda vez, sozinha, não obteve a votação suficiente...
Hoje Ivonete provoca saudades...
Saudades de um tempo que poderia ter sido diferente, melhor do que já foi.

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