Esta é a gatinha meiga e boazinha que estamos acostumados a ouvir na rádio, quando se executa a já famosa música Esconderijo, trilha da novela Passione.
Sem sutilezas, nem discrição o que não faltaram em sua boca foram os palavrões e os acordes melosos e incisivos de uma cantora que relembrou o quanto ouvir, sentir e viver um rock bem executado é bom.
Quando abriu seu songbook, Cañas destilou um veneno suave através dos sons mais agressivos da história da humanidade: o blues, o jazz, o rock - antes ritmos norte americanos, misturados à arranjos e acordes verde-amarelos, transformaram-se num amálgama primoroso que há muito não via.
Foi de fato um susto, uma surpresa. Um Trial - casal de três pessoas - que curtia o show perto de mim, fez-me pensar a respeito do trabalho de Cañas, das exigências do mercado fonográfico, do momento que vivíamos, quando uma delas produziu a seguinte pérola: "E eu que pensava que ela ia cantar músicas lentinhas, como a da rádio...". Pois é, desconhecemos até quem pensamos conhecer. Música lenta só mesmo a da rádio, lá pelo meio do show, com um registro de ter tal canção uma versão em Espanhol. (Cuevitas, do argentino Fito Paez).
Vi Ana Cañas sentado. Sorvendo cada gota de sua musicalidade. Quando me levantei, não curti. E gostaria de dizer que fui até ao pé do palco, encostar na grade, ver de perto suas belas pernas, resguardadas pela lúbrica meia preta que usava. Depois, voltei a sentar-me. Pude ver melhor...
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